VOCAÇÃO X PROFISSÃO

Sei que com esse texto vou incomodar um pouco, mas quero trazer uma reflexão pessoal sobre a essência de nossa vocação e o engano que muitos têm caído negociando seu chamado. Sejam abençoados!
Algumas mudanças culturais que atingiram em cheio o coração dos nossos ministérios e da vocação são de natureza semântica e trazem desdobramentos, que nem sempre são percebidos, mas afetam respectivamente pastor, ministérios e igreja. São duas palavras que foram recentemente incorporadas na descrição da vocação pastoral: líder e terapeuta.
Fala-se cada vez menos em formação pastoral e mais em formação de líderes. Curiosamente, ”líder” não é uma palavra que aparece na Bíblia para descrever aquele que serve a Deus em sua igreja. Também não aparece em vinte séculos de vocação pastoral. Não foi usada para descrever nenhum dos mártires e santos do passado que dedicaram suas vidas a Cristo!
Trata-se de uma expressão relativamente nova, o que não a torna necessariamente incorreta e inaproveitável.
Os líderes estão mais ocupados e preocupados com estruturas eclesiásticas, crescimento estático, ferramentas tecnológicas, funcionalidade. São realidades que não podemos negar (é nossa atualidade e temos que adaptar a algumas coisas tendo essas preocupações a mais) PORÉM, NÃO CONSTITUEM EM SI NOSSA VOCAÇÃO.
Talvez seja fácil entender isso com a figura de um pai. Ele tem contas a pagar, consertos domésticos a fazer, casa própria para comprar, prover alimento, vestes e etc. mas, não são essas coisas que definem sua vocação de pai. O que define é sua autoridade sacerdotal de promover comunhão, amizade, crescimento e amadurecimento pessoal, espiritual, moral e afetivo, perdão e etc.
Sinto uma forte dor no meu peito e ao mesmo tempo uma revolta tipo de reformadores da história ao refletir que nossas igrejas hoje têm demonstrado ser mais estruturas eficientes de mercado e menos imagem de Deus em Cristo!
As ovelhas estão clamando por pastores! Pastores com tempo e dedicação, compaixão para ouvir o clamor de suas almas cansadas, aflitas, confusas em busca de orientação, maturidade e transformação.
Não mais rituais de magia negra e galinhas decapitadas, mas sob luzes brilhantes da aclamação acompanhadas por belas músicas. Esse escapismo exótico é bem familiar, lembram-se de Jonas? Fugindo para Társis ao invés de ir para Nínive? Társis era a “Batista da Lagoinha” irmãos… era a igreja dos sonhos de muitos pastores, profetas, evangelistas, apóstolos e mestres… kkk. E Nínive seria como o vale do Jequitinhonha ou alguma cidade onde o povo corta no facão entende? Onde você preferiria exercer seu ministério?
IRMÃOS, A IGREJA NÃO É UM MERO LOCAL DE TRABALHO A SER ABANDONADO QUANDO SURGE UMA OFERTA MELHOR! PELO AMOR DE DEUS!
Quando alguém vai a um pastor está procurando um pastor! Não discordo em usarmos ferramentas para ajudar alguém, nada disso, DISCORDO DO FATO DE NEGOCIARMOS NOSSA VOCAÇÃO TRANSFORMANDO-A NUMA CARREIRA PROFISSIONAL, entendam.
A oração, leitura da Bíblia, consagração, prática espiritual, devocional acabam e fazem tudo isso como apenas parte de uma tarefa que precisam exercer… isso é horrível. Isso é profissionalizar a vocação.
Vivemos dias confusos onde o profissionalismo vem tomando o lugar da vocação. Que possamos abrir nosso entendimento e sermos realmente quem Deus quer que sejamos.
Espero que seja abençoado! Com amor, Ana Paula Sanchez

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