Eu nasci para ela quando cheguei!
Eu não tinha nada de material, além das roupas no
corpo.
Na época eu tinha 7 anos de idade.
Como esquecer esse dia em que tudo mudou na minha
vida ?!
No caminho encontrei a pessoa que eu nem imaginava
que se tornaria minha mãe, por sinal a melhor mãe que eu poderia ter nesse
mundo.
Daí pra frente iniciou-se uma longa jornada.
Audiência, papel, documentação, medo, raiva,
incertezas, questionamentos, insegurança, receios, mas em todos esses momentos,
pude sentir o amor dela.
No final, conseguimos! Lá estava eu
finalmente me sentindo segura, não apenas debaixo de um teto, mas em um LAR.
Ela que antes era chamada de "tia
Soninha", com o tempo ocupou em meu coração um espaço de MÃE.
Eu finalmente me permiti ser filha!
Aos poucos meu sorriso foi ganhando espaço, e os
lugares de dor começaram a ser preenchidos por muito amor.
Houveram muitas palavras preconceituosas sobre a
adoção, falas que me atravessavam, que me feria e me fazia acessar a novos
lugares de dor, mas contei com o abraço, a escuta e o acolhimento da minha mãe.
Ela me passava segurança e confiança que tudo
ficaria bem.
Ao pensar na minha trajetória, como não acolher
aquela garotinha de 7 anos, que carregava muitos traumas?
Toda minha história de vida tem tornado a filha,
esposa, profissional, psicóloga, amiga… o ser humano que sou hoje.
Sem querer romantizar a adoção, pois sei os
desafios que minha mãe Sonia encontrou até eu me sentir segura, mas para mim a
parte mais bonita desse processo é que, embora ela não tenha me gerado, foi ela
quem me deu vida através do amor, da paciência, do afeto e do cuidado.
Te amo mãe! Obrigada por ter feita essa escolha de
me amar e me acolher em seu coração como filha. ♥️♥️♥️
Fiz esse relato pessoal para dizer a você, que é
possível a resignificação do que um dia foi dor. Sempre respeitando seu tempo,
sua história, seus limites e sua individualidade!
Já olhou para sua história de vida com carinho
hoje ? 🤎
Por maristela Duque - @psimaristelarduque

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