Transtorno de ansiedade social

O Transtorno de Ansiedade Social (TAS) é diferente da timidez pela gravidade dos sintomas, pela sua persistência e pelo sofrimento psíquico por eles provocado.


Como o Transtorno de Ansiedade Social é caracterizado?

A Fobia Social é caracterizada pelo medo persistente de contatos sociais ou de atuações em público, por temer que essas situações resultem embaraçosas. A exposição a esses estímulos produz, quase invariavelmente, uma imediata resposta de ansiedade, juntamente com sintomas como palpitações, rubor, sudorese, etc. Diante disso, essas situações desencadeadoras da ansiedade acabam sendo evitadas ou são toleradas com grande mal estar (Clark, Beck, 2010).

O que acontece com um indivíduo com Ansiedade Social ao longo do tempo?

A Ansiedade Social provoca a evitação progressiva de situações sociais. O indivíduo se sente muito mal, pois teme exageradamente ser criticado, avalia negativamente seu comportamento e acredita que todos estão olhando e notando falhas que na realidade não existem. Quanto maior o número de situações sociais temidas, mais prejudicada é a qualidade de vida do paciente. 
O que um indivíduo com ansiedade social pensa sobre os outros e sobre si mesmo?

As situações sociais costumam ser interpretadas de maneira distorcida pelo indivíduo com Ansiedade Social. Além de achar que todos o estariam criticando, o indivíduo não acredita na sua capacidade de enfrentar situações de pressão. Outro tipo característico de pensamento nesses pacientes é o “e se?”, como por exemplo: “E se eu esquecer tudo na hora da apresentação?”, “e se eu gaguejar?”, “e se eu ficar ansioso e me descontrolar no elevador?”, ou “e se eu ficar sozinho na festa e ninguém falar comigo?”. Daí o comportamento de tentar a todo custo evitar situações que causem sofrimento, como entrar em elevadores com mais pessoas, fazer apresentações acadêmicas, ir a festas ou reuniões sociais.
Quando a Ansiedade Social começa?

O TAS em geral começa com alguma experiência social negativa que acontece com uma pessoa psicologicamente vulnerável ou afetivamente mais sensível. Daí em diante o contacto social se acompanhará de respostas fisiológicas de ansiedade. Este é um transtorno psiquiátrico comum na infância e na adolescência e tem sido associado a importantes prejuízos sociais, ocupacionais e familiares, além de poder predispor a outros transtornos de ansiedade, ao desenvolvimento da depressão e ao abuso de drogas ( Stein et al,2001).
Como se trata a Ansiedade Social?

Entre as terapias, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é a que tem demonstrado maior eficácia em estudos controlados (Wood et al, 2006). Na TCC, o paciente com TAS aprende competências cognitivas e comportamentais necessárias para melhorar sua performance interpessoal e alterar seus pensamentos distorcidos.
Ao tratar o paciente ansioso, promovendo a reestruturação e a flexibilidade cognitivas, o terapeuta cognitivo tem como meta levá-lo a buscar interpretações alternativas a suas afirmações exageradamente catastróficas; e, em paralelo, capacitá-lo a avaliar eventos com maior realismo, a partir da exposição gradativa a situações que causam ansiedade (Beck, 2001).
Bibliografia:

Clark, David; Beck, Aaron. Cognitive therapy of anxiety disorders: Science and practice. Gilford Press. 2010.
Beck, Judith S. Terapia cognitiva. Gedisa, 2001.
Stein, M.B.et al, Social anxiety disorder and the risk of depression: a prospective community study of adolescentes and young adults. Arch Gen Psychiatry 58:251-256, 2001.
Wood, J.J. et al. Family-cognitive behavioral therapy for child anxiety disorders.
J Am Acad Child Adolesc Psychiatry 45:314-321, 2006.


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